Nos últimos dias, vi muitos
crentes criticando uma ação da prefeitura de São Paulo que oferece um benefício
social no valor de um salário mínimo a travestis para que estes possam concluir
o ensino básico e fazer um curso técnico. Eu até entrei no debate algumas vez e,
como geralmente acontece, fui rechaçado mais uma vez.
Para explicar o meu ponto de
vista, vamos imaginar a seguinte situação. Imagine que você resolve fazer um
trabalho social em prol de um grupo de pessoas você conhece, na sua igreja.
Você sabe que esse grupo é o que mais sofre com a violência. Além disso, você
conhece que grande parte dessas pessoas sofre com a rejeição de seus
familiares. Muitas até foram expulsas de casa quando ainda eram crianças. A
situação dessas pessoas é realmente é triste.
Então, vocês resolvem dar uma ajuda
financeira para essas pessoas para que elas tenham oportunidade de estudar e
possam fazer um curso técnico para se capacitar e ter outras oportunidades.
Você sabe que essa ajuda financeira será importante, pois caso eles não tenham,
terão que se expor ao perigo da violência.
Você acha que essa atitude é má a
sociedade? A situação que falei acima não é hipotética. Ela existe. A única
diferença é que ao invés desse projeto ser uma ação da igreja é uma ação da
prefeitura do PT. Outro detalhe importante é que o grupo excluído é um grupo de
travestis. Para muitos “irmãos”, isso faz toda a diferença.
Talvez eu esteja errado, mas para
mim é difícil achar que um grupo que mais sofre no Brasil com a exploração
sexual, é vítima de preconceito diariamente, tem dificuldade em conseguir um
emprego por conta de sua aparência, seja um grupo privilegiado só por conta de
uma ajuda financeira para que possa estudar. Sinceramente, eu não consigo
entender. Para mim, é triste ver os cristãos colocarem suas convicções
políticas e um juízo de valor pela aparência acima da dignidade humana.
Deus tenha misericórdia de nós.
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