Por Jony Bigu
Chovia pela manhã. Era um dia útil e eu precisava deixar
minha esposa no trabalho. O trânsito estava bagunçado como costuma ser nos dias
em que chove. Em um cruzamento, paro em cima de uma ciclofaixa esperando a
oportunidade de entrar na via transversal (eu sei, eu errei). Daí um ciclista vem e bate o ferro no para-choque
do meu carro. Rapidamente ele pega uma ciclovia e foge. Nesse momento fui
tomado por um ataque de raiva.
“Droga! Por que eu não vou atrás desse infeliz e dou uma
encostada de leve pra derrubá-lo? Eu devia tirar pelo menos uma fina nesse
desgraçado para mostrar para ele quem é o mais frágil.”
Sim, minha natureza é maldade. Se eu pensar só em mim, sou
tentado a fazer as piores desgraças. O homem é naturalmente mal. Aí de mim se
não fosse a graça de Deus.
O fato de estar teoricamente em vantagem em um carro me fez
pensar que eu poderia fazer mal a alguém. Ao chegar em casa entro numa discussão na
internet defendendo o desarmamento civil. Pensei no que tinha ocorrido e
cheguei à seguinte conclusão.
Você é a favor do armamento civil até perceber
que o pecado e a violência estão no coração do homem, e o armamento só
intensificaria a barbárie e extinção humana. Seria melhor concentrar nossas
energias em favor de uma cultura de paz e não numa cultura de medo e
autoproteção. O mundo pode ser bem melhor que isso. E nós, igreja, podemos e
devemos ser instrumento de transformação. Isso parece maluquice no atual
contexto histórico, mas é assim que é a cultura do Reino de Deus, totalmente
ilógica em relação à cultura dos homens sem Deus. É difícil pensar numa alternativa, mas ainda
tenho esperança.
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