Por Jony Bigu
Essa é uma pergunta que já ouvi
algumas vezes. Antes de tentar responder, gostaria de explicar o que eu entendo
como palavrão. Tudo vai depender dessa definição. Geralmente, as pessoas dizem
que palavrão são palavras de baixo calão. Aí vamos para outra questão: quais
são as palavras de baixo calão. Varias fontes na internet falam que a expressão
baixo calão dizia respeito ao andar de baixo dos navios negreiros, onde eram
trazidos os escravos. A expressão tomou sentido na língua brasileira,
tornando-se sinônimo de gíria. Ou seja, quando falamos de baixo calão, falamos
de gírias, jargão baixo.
Com isso temos a seguinte
conclusão usando o próprio termo calão. A questão não está na palavra escrita
(a simples junção de letras), mas no significado que estas assumem na
comunicação. Aqui a questão torna-se mais complexa, pois outras variáveis
entram: a forma da comunicação, os indivíduos envolvidos na comunicação, além
de outras coisas. Ou seja, há uma serie de fatores a serem considerados na
comunicação.
Então, eu entendo que quando
Paulo fala de palavras torpes (Ef. 4:29), ele não fala da simples junção de
letras. Na versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje, o versículo é traduzido
da seguinte forma:
“Não digam palavras que fazem mal
aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé
e a conseguir o que necessitam, para que
as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem” Ef 4:29 NTLH.
A questão não está na palavra em
si, mas na intenção de prejudicar outra pessoa. Assim, palavra torpe seria
qualquer palavra, mesmo não sendo de baixo calão, mas que seja mal intencionada
ao irmão.
Aqui está a grande questão: por que
julgamos algumas palavras somente pela sua grafia e toleramos palavras
carregadas de maldade só por causa das palavras usadas? Isso é uma grande
incoerência.
Dessa maneira, concluo também que
algumas palavras consideradas de baixo calão podem não ser palavras torpes.
Ora, só pra questão de exemplo (pode me julgar, sociedade kkkkkk), eu tenho uma
prima que amo muito e carinhosamente eu a chamo de “cara de chibata”. Pra
alguns, isso deve ser horrível, mas ela sabe que, seja lá qual for a palavra
que eu use pra chama-la, eu tenho muito amor por ela. Pelo crivo bíblico, se
não tem má intenção, nem humilha ninguém, então não é palavrão. Talvez se eu
chamar uma outra pessoa será palavrão, mas com minha prima Gisele não é.
Outra referência que as pessoas
gostam de usar é Mateus 12:36-37 que diz:
“Digo-vos que de toda palavra
frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque,
pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado”.
Ora, se olharmos os versos
anteriores veremos o mesmo sentindo, que o problema não é a palavra, mas a intenção
do coração (Mt. 12:34).
Não é minha intenção fazer uma
apologia ao palavrão e dizer que o crente pode falar palavrão. Minha intenção é
dizer que não devemos fazer juízo precipitado e sair julgando as coisas sem ver
todo o contexto da comunicação. Assim, concluo que, dependendo do contexto, falar
algumas palavras tidas como palavrão, pode não é pecado nenhum. Falar palavrão não é o problema. O problema é a intenção em prejudicar e maltratar o outro.
Ass. Jony Bigu, que não é boca
suja, pois escova os dentes no mínimo três vezes ao dia...
Um comentário:
Genial Jony.
Simplesmente o que EU concluí com minha reflexão bíblica.
Porém você como é um cabra arrombado, e usou as palavras certas a defender o ponto!
Parabéns, bicho rei doido! :D
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