domingo, 26 de fevereiro de 2012

Igreja não é curral!




Queridos irmãos,

Estamos próximos as eleições municipais em todo o país. Com certeza vários púlpitos de igrejas se transformaram em palanque políticos. Isso além de comprometer a liturgia do culto é crime. Segundo a Lei 9.504/97 e de acordo com o artigo 13 da resolução 22.718/2008, do Tribunal Superior Eleitoral é proibida a propaganda eleitoral, impressa ou verbal, nos templos religiosos 


IGREJA NÃO É CURRAL.


Ass. Jony Bigu, que está de olho nos irmãos de sua cidade, pois crime não glorifica a Deus.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cinza, silêncio e solidão


Por Carlos Moreira

"A nossa vida é um carnaval

A gente brinca escondendo a dor
E a fantasia do meu ideal
É você, meu amor

Sopraram cinzas no meu coração
Tocou silêncio em todos clarins
Caiu a máscara da ilusãoDos Pierrots e Arlequins"

Essa marchinha famosa – Turbilhão – talvez você não saiba, é de autoria de Moacyr Franco. Dela transcrevi apenas uma parte, a que melhor expressa o que penso em relação à festa de Momo.

Hoje é quarta feira de cinzas, e com ela o carnaval termina. Foram dias maravilhosos, de alegria, euforia, emoção, festa, encontros e felicidade. A grande maioria da população brasileira esperou o ano inteiro para poder “celebrá-la”. Aliás, dizem os especialistas, nosso país só começa mesmo a “funcionar” depois das festividades.

De fato, como na marchinha do Moacyr, a vida do brasileiro é um carnaval. Mas diferentemente das frases utópicas citadas acima, a festa se presta apenas a esconder a dor. Na verdade, não só ela, mas também o desespero, a angústia, o medo, a solidão, a falta de ideal, o esvaziamento do ser, o abandono da alma. Cinco dias de “folia” para extravasar tudo aquilo que se acumulou na consciência e tornou-se entulho no coração durante um ano inteiro. Convenhamos, é pouco...

Mas vamos celebrar! E celebraremos o que? Eu não sei... Talvez as adolescentes totalmente embriagadas, vomitadas de cerveja, jogadas num canto das ladeiras de Olinda ou abandonadas no fundo do salão de um clube qualquer. Garotas sem pais, sem família, sem amigos, sem perspectivas, sem sonhos, usadas como diversão nas mãos de gente matreira, pedaços de carne para se apalpar, beijar, lamber, saborear, transar... Depois vem a realidade crua e fria: descarta, joga no lixo, ninguém é de ninguém.

Quem sabe celebramos a vida dos garotos que consomem lança perfume, cocaína, maconha, crack e bebida alcoólica para ficar “ligados”, “espertos”, fazer “bonito” diante dos amigos. Aí vem aquela doideira, o estado propício para dar uma garrafada em alguém, para juntar um bando e começar uma briga, desferir golpes que destroem faces, roubam sonhos, ceifam vidas.

Talvez estejamos a celebrar o beijo vulgarizado, a futilidade elevada à enésima potência, a vaidade alçada ao platô mais alto, a sensualidade derramada como perfume barato, à vulgaridade posta como alto estilo, o ser humano transformado em “besta”, animal não racional, ou como bem disse o Alceu Valença: “bicho maluco beleza”!

Não seja tímido! Ainda há muito mais a se celebrar... Não esqueçamos o sexo descompromissado, as orgias, o "amor" feito nos motéis, com dois, com três, com vários. E ainda tem os bailes, sexo ao vivo, ali mesmo no salão, ou a “pegação” dentro do carro, no meio da rua, no canto do muro, detrás do matagal. Vale tudo! E vale mesmo! Ultrapassa até a letra do Tim Maia, que dizia que “só não vale dançar homem com homem e nem mulher com mulher”. No carnaval, pode homem com homem, mulher com mulher, travesti, transexual, bissexual, é sexo “livre, leve, solto”. O importante é ter prazer, não importa como, nem muito menos com quem.

Celebremos também as mortes! Por que não? Morte por assalto, por estupro, por briga de bar, por briga de rua, por causa de mulher, por causa de homem, por causa de nada! Celebremos as mortes dos que sofreram overdose, dos que entraram em coma alcoólica e se foram, dos que pegaram seus carros, dirigiram velozmente, atropelaram transeuntes, mataram inocentes, chocaram-se com alguma árvore, ou com um poste qualquer. Ali deixaram esvair suas vidas: tenras, frívolas, fúteis... E o que vem em seguida? Apenas horror: o IML recolhendo corpos e os pais chorando na calçada e dizendo: “onde foi que eu errei”... Não esqueçamos ainda da legião de anônimos que se matou por causa da angústia, da solidão, da falta de paz, da falta de "chão".

Hoje é quarta feira, os clarins irão se calar, a máscara da ilusão vai cair, a vida vai nos chamar de volta a realidade, nossa consciência talvez acorde do sono profundo no qual mergulhou nestes dias. Sim, amanhã nos depararemos com o saldo na “conta”, a dor no peito, o vazio na alma, a ressaca moral, espiritual, emocional, a sensação de que nos coisificamos, perdemos nossa essência, nossa solução interior, nossa inteireza, nosso ser.


Aí talvez alguém diga: socorro! Fomos assaltados! Roubaram nossa alegria, nossa felicidade! Fomos arrastados pela multidão – não só dos blocos – mas pelo “sistema”, nos tornamos massa de manobra, sujeitamo-nos ao que não somos, experimentamos o que abominamos, curtimos o que nos dá náusea, achamos bonito o que é feio, chamamos de alegria o que produz morte e dor.

Mas saiba, alguém lucrou muito com isto! Você tem alguma idéia quem foi? Além do mais, não se engane, na festa de Momo, há uma enorme indústria lucrando por trás de cada manisfestação, seja a que acontece nos palcos, nos trios, nos blocos, nos salões ou nos desfiles. Eles sempre ganham, você sempre perde...
Finalizo com outra marchinha de carnaval. Esta é do Luis Bandeira, tão famosa quanto à primeira, também não menos real. Lamento informar, mas restaram apenas cinzas, silêncio e solidão. Os confetes ficaram no salão, vão para o lixo mais tarde...


É de fazer chorar
quando o dia amanhece
e obriga o frevo acabar
ó quarta-feira ingrata
chega tão depressa
só pra contrariar

Com respeito a quem gosta do carnaval, sinceramente, espero que tenha valido a pena... Mas posso lhe afirmar, com absoluta certeza, não valeu não...


Texto extraído do blog http://anovacristandade.blogspot.com/

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Errar é humano?


Por R. C. Sproul

Um ponto comum de debate entre os teólogos concentra-se na pergunta: os seres humanos são basicamente bons ou basicamente maus? A base sobre a qual o argumento se move é a palavra basicamente. É um consenso praticamente universal que ninguém é perfeito. Aceitamos a máxima que diz que "errar é humano".

(Jeremias 17.9; Romanos 8.1-11; Efésios 2.1-3; Efésios 4.17-19; 1 João 1.8-10) A Bíblia diz que "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm. 3.23). A despeito desse veredicto da falência humana, em nossa cultura dominada pelo humanismo ainda persiste a idéia de que o pecado é algo periférico ou tangencial à nossa natureza. De fato, somos maculados pelo pecado. Nosso registro moral é repreensível. Mesmo assim, de alguma maneira pensamos que nossas obras más residem na extremidade ou na periferia do nosso caráter e nunca penetram o âmago. Basicamente, conforme se supõe, as pessoas são inerentemente boas.

Depois de ser resgatado do cativeiro no Iraque e de ter experimentado em primeira mão os métodos corruptos de Sadam Husseim, um refém americano declarou: "A despeito de tudo que suportei, nunca perdi a confiança na bondade básica das pessoas", Talvez esta visão se apóie em parte sobre a tênue escala da bondade e da maldade relativa das pessoas. Obviamente, algumas pessoas são muito mais perversas do que outras. Perto de Sadam Hussein ou de Adolf I Hitler, o pecador comum fica parecendo santo. Entretanto, se olharmos para o padrão supremo de bondade — o caráter santo de Deus —, perceberemos que aquilo que parece ser bondade básica no padrão terreno, é extrema corrupção.

A Bíblia ensina a depravação total da raça humana. Depravação total significa corrupção radical. Temos de ter cuidado para ver a diferença entre depravação total e depravação absoluta. Ser completamente depravado significa ser o mais depravado possível. Hitler era extremamente depravado, mas ainda poderia ter sido pior do que era. Eu sou pecador. Mas poderia pecar com mais freqüência e com mais gravidade do que faço. Não sou absolutamente depravado, mas sou totalmente depravado. Depravação total significa que eu e todas as demais pessoas somos depravados ou corrompidos na totalidade do nosso ser. Não existe nenhuma parte de nós que não tenha sido tocada pelo pecado. Nossa mente, nossa vontade e nosso corpo estão afetados pelo mal. Proferimos palavras pecaminosas,praticamos atos pecaminosos e temos pensamentos impuros. Nosso próprio corpo sofre a destruição do pecado.

Talvez depravação radical seja um termo melhor do que “depravação total” para descrever nossa condição caída. Estou usando a palavra radical não tanto no sentido de extremo, mas com um sentido mais próximo do seu significado original. Radical vem da palavra latina para “raiz” ou âmago”. Nosso problema com o pecado é que ele está enraizado no âmago do nosso ser. Permeia todo nosso coração. O Pecado está no nosso âmago e não simplesmente no exterior da nossa vida, e por isso a Bíblia diz:

Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. Romanos 3. 10-12

É por causa dessa condição que a Bíblia dá o seu veredito: estamos “mortos em nossos delitos e pecados” (Ef 2.1); estamos “vendidos à escravidão do pecado” (Rm 7.14); somos “prisioneiros da lei do pecado” (Rm 7.23) e somos “por natureza filhos da ira” (Ef 2.3). Somente por meio do poder transformador do Espírito Santo podemos ser tirados desse estado de morte espiritual. É Deus quem nos vivifica, quando nos tornamos feitura dele(Ef 2.1-10)."Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, (Ef 2.1-4)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O Deus que Queria ser Homem

Por Carlos Moreira

Há homens que querem ser Rei; sobrepujar-se, engrandecer-se, ter poder e riquezas. Eles possuem esse desejo incontido de chegar ao topo, de ir além das fronteiras, acima do último limite. Desejam ser servidos, reconhecidos, ser, inclusive, reverenciados. Um Rei pode fazer qualquer coisa! Ele não precisa perguntar nada a ninguém. É ele quem manda e, no final das contas, quem decide. Um Rei senta-se no trono, coloca sobre a cabeça sua coroa, na mão um cetro de ouro e no dedo o anel de majestade.


Há homens que querem ser Deus. Para estes, ser Rei não é o bastante, é preciso ir além, na direção do inalcançável, quem sabe, transcender! Isto foi muito comum na história dos povos, onde a deificação de homens comuns os transformou em deuses. Assim foi entre os egípcios, com seus Faraós, entre os gregos, com seus deuses do Olimpo e também entre os romanos, com seus Césars. Entre os Hebreus, conforme o relato da Torre de Babel, vemos homens comuns que alimentaram o desejo de chegar aos céus, ultrapassar a última fronteira, ser como Deus.


A verdade é que há no espírito humano este desejo de tornar-se divindade, de não ser contido por qualquer limite, de inventar, moldar coisas novas. Criamos a imprensa, o telefone, a energia, máquinas das mais diversas, carros, navios e, por fim, quisemos voar. Em pouco tempo, o globo tornou-se pequeno, com aviões indo e vindo de um lado para o outro. Aí pensamos: “por que não sair dele?”. Então, fomos à Lua! Hoje, nossos foguetes vão ainda mais longe. Um dia, quem sabe, poderemos viajar por todo o universo.


Mas não ficamos por aí. Manipulando a natureza criamos combustíveis, aproveitamos o ar, o sol e o curso dos rios para produzir energia, extraímos das plantas medicamentos e desenvolvemos a tal nível a medicina que já podemos curar doenças e transplantar órgãos. Desenvolvemos os computadores, inventamos o celular, criamos satélites, estamos desvendando os segredos do DNA e avançamos no mapeamento do Genoma. Fosse tudo isto pouco, agora queremos clonar a nós mesmos! O homem criando o homem e dando-lhe vida. Chegamos a ser como Deus?


"Todo homem quer ser rei; todo rei quer ser deus; mas só Deus quis ser homem”. Galilleu Gallilei. Frase intrigante... Mas Deus não quis só ser homem, quis ser homem comum, sem beleza, sem realeza, homem de carne e osso, com sangue e suor. Questiono-me: por que Ele fez isto? Para que? Se já era Deus, por que tornar-se homem? Já não tinha tudo! Faltava-lhe algo? Onipotente, onipresente, onisciente! Por que Deus quis ser homem?


Eu lhes digo, utilizando Isaías capítulo 9 que, em primeiro lugar, Deus quis ser homem para poder identificar-se comigo e com você. “povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-lhes a luz”. v.2.


O Deus que encarna é o Filho. Ele veio para mostrar-nos como é o Pai. Havia entre nós profunda separação, enorme abismo, mas Ele, por Sua morte e ressurreição, pacificou nossos corações e nos abriu um caminho para nos reconciliar com o Criador.


Deus quis ser homem para experimentar nossas dores, limitações, medos, contradições, angústias e dilemas. Esvaziou-se a Si mesmo, perdeu Sua divindade, sofreu como homem, morreu como Deus! Era desprezado e dEle fizeram caso. Foi ultrajado, amaldiçoado, caluniado, incompreendido. Sua existência foi dedicada a compadecer-se dos caídos, salvar os oprimidos, libertar os cativos, “apregoar o ano aceitável do Senhor”. Não sei você, mas eu jamais poderia acreditar num Deus que não sangra... O meu, sangrou até a morte, e morte de cruz.


Em segundo lugar, Deus quis ser homem para que fosse possível realizar-se o Plano da Salvação. “porque um menino nos nasceu, um filho se nos deus; o governo está sob os seus ombros e o seu nome será: maravilhoso, conselheiro, Deus forte, pai da eternidade, príncipe da paz”. v.6.


Há algo extraordinário no Plano da Salvação: “o Cordeiro foi sacrificado antes da criação do mundo”. A salvação não é um remendo que Deus fez para recuperar as rédeas do jogo, para colocar o homem de volta no trilho original. Não! O Plano de Salvação não foi uma estratégia corretiva traçada por um ser absorto que, despercebido de sua criação, foi surpreendido pela sua queda. Nunca! O Filho sacrificou-se na “eternidade anterior’, antes de haver mundo e homens sobre a Terra e, só depois disto, Deus o criou, homem livre, leve, solto. Deu-Lhe ainda o poder de fazer suas próprias escolhas, mesmo que elas fossem às piores possíveis.


Mas, no “tempo oportuno”, no momento em que houve a convergência do propósito eterno, Deus encarnou e materializou-se historicamente na figura de Jesus de Nazaré para cumprir o que, antes de todas as coisas já havia sido feito, o sacrifício pelo pecado. A cruz não foi apenas fincada em Jerusalém, na Palestina, mas continua fincada na eternidade, no cosmos, e, por meio dela, reconcilia-se com Deus toda criatura vivente em todos os universos possíveis. “O castigo que nos trás a paz estava sobre Ele e por suas pisaduras fomos sarados”. O grito que ecoou na crucificação, ainda ecoa hoje, em todo o coração que se rende a graça de Deus: “Tetelestai” – Está pago! Está consumado!


Em terceiro e último lugar, Deus quis ser homem para que o homem acreditasse que Ele é Deus. “... o zêlo do Senhor dos exércitos fará isto”. v.7. Disse Jesus: “ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. Tudo começou com amor, e tudo terminará com o amor. Deus é amor! Aquele que ama discerne a Deus, é nascido de Deus, Deus está nele e ele está em Deus.


Reconheço que na humanidade tivemos muitos homens sábios, que se sobrepujaram em sua espiritualidade, que se doaram em prol da humanidade, que fizeram sacrifícios extremos e foram exemplo de vida e de perseverança. Mas, tenho também de admitir, ainda que devotando-lhes respeito e admiração, que nenhum deles é o Filho unigênito de Deus! Nenhum deles veio dos Céus a Terra! Nenhum deles encarnou, sendo antes de todas as coisas, Deus! Nenhum disse que era um com o Pai, nem afirmou ser o caminho, a verdade e a vida! Nenhum deles ressuscitou dentre os mortos, e sentou-se a destra de Deus, donde há de vir a julgar vivos e mortos! Nenhum tem poder para perdoar pecados e salvar o pecador. Estou convencido, só mesmo Deus para querer ser homem...


Fonte: http://anovacristandade.blogspot.com/2010/12/o-deus-que-queria-ser-homem.html
acessado em 24/10/2010