segunda-feira, 23 de julho de 2012

A diferença entre congregar e frequentar uma igreja.

Por Jony Bigu

Como visto em postagem anterior, o vinculo dos evangélicos com as igrejas estão menos fortes (Postagem: Evangélicos estão menos vinculadosàs igrejas: dado nada animador). As causas não são simples, vão deste o grande aumento da “concorrência” com o surgimento de novas igrejas, como as desilusões de membros com certos modelos de liderança. Todavia, mesmo que não haja troca de igreja, é possível perceber um distanciamento maior da verdadeira comunhão entre os membros das igrejas. 

Dessa maneira, é fácil estabelecer a diferença entre frequentar uma igreja e congregar. O simples ato de frequentar uma igreja diz respeito a está ligado a uma dada instituição religiosa tendo apenas compromissos sociais. Esses compromissos sociais não se restringem apenas a frequência, mas se expressa também na forma de contribuições e trabalhos sociais e religiosos. Mesmo, ultrapassando a simples presença física, essas ações citadas e outros compromissos religiosos não constitui-se em congregar. Podemos citar o caso em que Jesus é interrogado por um escriba sobre quem é o próximo que se deve amar (Lucas 10. 25-37). O Mestre sugere então uma parábola. Na parábola, um homem judeu é assaltado e deixando semimorto no caminho da cidade de Jericó. Mesmo precisando de ajuda, ele é ignorado por seus compatriotas irmãos, sendo que um era sacerdote e outro levita, ambos responsáveis de cuidar dos serviços do templo. Não podemos afirmar a negligência desses homens em seus serviços religiosos, mas podemos afirmar sobre sua falta de amor ao necessitado. Só para concluir a história, o homem ferido foi socorrido por um samaritano (os samaritanos não se davam bem com os judeus).

O ato de congregar está no verdadeiro sentido de ser igreja. Igreja não como instituição, mas como corpo místico de Cristo. Ao escrever aos crentes Efésios, Paulo fala no capitulo 2 (11-22) que a separação feita pela Lei, entre judeus e gentios é acabada em Cristo. E não só a separação existente, mas ambos se tornam um mesmo corpo em Cristo. Isso é o verdadeiro sentido de congregar. Como é destacado no verso 19, não há peregrino, estrangeiro, ma há uma família de Deus. Está na igreja e não experimentar essa comunhão é não estar congregando. Assim sendo, congregar é ter o irmão como sendo meu próximo, amando-o como amamos a nós mesmo.

Mas ai surge outra pergunta: é possível congregar sem frequentar uma igreja? Será que o exemplo do Bom Samaritano nos dá autoridade para afirmar isso? Bem essa vai ficar para depois, mas desde já lhe desafio a pensar sobre esse tema.


ass. Jony Bigu - que quando está sem o que fazer escreve aqui no Missões Salem.

sábado, 21 de julho de 2012

Consumo, logo existo.

 A medida que o tempo passa, a sociedade muda seus paradigmas. A tirania do mercado impõe a necessidade do consumo para todos. A supervalorização do consumismo em um mundo dominado por aqueles que detém os meios de produção é estimulada obrigatoriamente a toda sociedade. Quem não consome não faz parte do sistema. Já não basta apenas ter dinheiro, é preciso capitaliza-lo. Assim, somos engolidos insanamente por esse rodomoinho de compra e venda de mercadorias. O pensar que determinava a existência segundo Descartes, é substituído pela demência do consumo. O "quem não deve não teme" foi trocado por "quem não deve não existe", pois essa é a lógica do mercado financeiro. As pessoas se tornaram meros números de cartão de crédito e seus códigos de segurança.

Pense nisso.

Ass. Jony Bigu - que evitou usar o cartão de crédito pois, ainda tem dívida do ano passado.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A marcha é para Jesus?


Por Gutierres Fernandes Siqueira

A pergunta acima é chata e até meio batida. Mas, infelizmente, sempre é necessário perguntar diante de um evento evangélico: isso é mesmo para Jesus? O fim de tal compromisso é a Glória do Senhor ou a promoção de um nome qualquer? A pergunta nasce, pois um dos grandes pecados da Igreja Evangélica Brasileira é a vaidade.

Nesta semana esperei horas no estacionamento do hospital o meu pai sair do pronto-socorro, pois era permitido apenas um acompanhante. Enquanto ele fazia exames, eu ouvia rádio evangélica. Meu Deus, mas que experiência terrível! O meu pai saiu com perspectiva da cura e eu saí doente. Ao ouvir o rádio eu escutava musiquinhas com dizeres: "O pastor Fulano de Tal é ungido pelo Espírito Santo", "o pastor Fulano é um grande homem de Deus", "o pastor Tal abala o inferno", "eu recebi a cura nesta igreja santa"... E eu fiquei abalado com tanta modéstia. Mas não podemos falar de modéstia sem mencionar a Marcha dos seis milhões.

E a Marcha pra Jesus? Ou seria a Marcha para os Hernandes? Ou o festival da promoção do ego de alguns líderes? Eu fui na Marcha em 2007. Sim, era divertido. Houve um lado lúdico. Mas também era um circo de horrores. Muitos estavam interessados em mostrar a "força dos evangélicos para a Rede Globo" diante das denúncias que a Revista Época, anos antes, tinha publicado sobre o casal. Na época ambos estavam presos na Flórida por tentarem enganar a alfândega norte-americana com uma falsa declaração de dinheiro em espécie.

Eles, coitados, eram vítimas de uma conspiração das Organizações Globo, das autoridades americanas e do Ministério Público. Um pastor "infeliciano" chegou a declarar que o lindo casal de Deus estava perseguido pela pregação do Evangelho. Era de doer tanta bobagem dita em apologia ao casal Hernandes.

Na época eu conheci dois membros da Renascer. Eram ótimas pessoas, mas desprovidas de qualquer conhecimento básico do Evangelho. Em compensação, eram ótimos e preparados defensores do casal. Não eram coitadinhos, pois sabiam articular boas apologias. Mas um deles, por exemplo, acreditava que a Igreja Católica tinha matado Jesus! Quando a tese dele foi contestada ele perguntou: - Mas não foram os romanos?

Voltando a modéstia encontramos os organizadores da Marcha dizendo que a edição 2012 reuniu seis milhões. Será que metade da cidade de São Paulo estava lá? Com os dados científicos do Instituto Datafolha descobrimos que a Marcha reuniu um pouco mais de 335 mil pessoas.

Mas sejamos justos, pois a megalomania não é exclusividade do "apóstolo" da Renascer. A Parada Gay de três milhões de pessoas não passou de 270 mil, segundo o mesmo Datafolha. Militantes costumam ser exagerados, fundamentalistas e, não raro, se julgam o centro do mundo. E, também, por que a prefeitura de São Paulo mantém a Parada Gay na Avenida Paulista? Se você não conhece São Paulo, a Avenida Paulista é uma importante ligação para cinco grandes hospitais, entre eles o Hospital das Clínicas.

Portanto, falar em seis milhões quando o público não chegou em 400 mil pessoas é somente uma pequena amostra da vaidade pura e simples. Isso nada tem com a glória de Deus.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Evangélicos estão menos vinculados às igrejas: dado nada animador.


O crescimento do número de evangélicos no país foi acompanhado pela expansão dos fiéis que transitam por mais de uma igreja ou que não têm vínculos com nenhuma instituição. O fenômeno, observado por pesquisadores da área, foi detectado também pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou em junho dados do Censo 2010 sobre a religiosidade dos brasileiros.

A pesquisa mostrou que, ao serem questionadas sobre sua religião ou culto, 9,2 milhões de pessoas (4,8% da população) responderam simplesmente ser evangélicas, sem citar nenhuma igreja específica. Em 2000, foram pouco mais de um milhão. Como os recenseadores não fazem perguntas adicionais, não é possível saber se de fato todo esse contingente frequenta mais de uma igreja, se frequenta só uma ou não frequenta nenhuma.

"A oferta de igrejas aumentou muito, e elas já não exigem aquela adesão irrestrita do passado", diz Edin Sued Abumanssur, do Departamento de Ciências da Religião da PUC-SP.

O demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, aponta ainda que, atualmente, parte dos evangélicos já não frequenta nenhuma igreja.

"Assim como há os católicos não praticantes, hoje existem os evangélicos não praticantes", compara.

Para explicar o fenômeno, há várias hipóteses: desde a decepção dos fieis com a igreja que frequentavam até os custos elevados da vida religiosa, passando pelo aumento do individualismo e pela busca por mais autonomia.

Ao mesmo tempo, tem se tornado mais comum a tentativa de evangélicos de ocupar o espaço público. "É algo relativamente recente, porque eles sempre foram minoria. Agora que estão tendo mais expressão, querem obter mais visibilidade", diz Abumanssur.

Fonte: Denise Menchen, na Folha de S.Paulo. Vi no Cristianismo Radical http://juberdonizete.blogspot.com.br/

sábado, 7 de julho de 2012

Adorando a Deus ou a nós mesmos?



Por Josemar Bessa

Quem está sendo adorado em nossos cultos? Hoje é comum o pensamento de que o propósito do culto é entreter, animar... A idéia não é adorar a Deus maravilhados no temor santo de Sua graça infinita manifestada em nós por amor a Cristo. O culto deixa assim de ser a agitação de todas as afeições santas produzidas em nós pelo Espírito através da revelação plena de Sua Palavra.

Não! As pessoas se reúnem muitas vezes para consumir, sentar, desfrutar de uma experiências musical, achar um pouco de auto-ajuda e conselhos para interesses próprios não centrados e nem com o propósito de glorificar a Deus. A mensagem deve ser não ofensiva ao ego sensível, não deve gerar desconforto... As pessoas estão ali para consumir como o fazem em teatros, cinema...

Quais são as razões pelas quais a grande maioria das pessoas escolhem onde congregar? Sequer pensam em escolher por causa da pregação das Escrituras que o levem de fato conhecer a Deus mais e mais... escolhem por fatores externos estranhos ao evangelho. A avaliação tem os mesmos aspectos que teriam ao se avaliar um restaurante... O ambiente, as luzes, a música, o ar-condicionado... ou um clube, ou um shopping... que tipo de rapaziada tem lá, que tribo frequenta...

Essa mentalidade abraçada nada mais é que um culto a si mesmo. E hipocritamente uma igreja profana chama isso de um culto “sensível” – Sensível a quem? Quando o objetivo de uma igreja é auto-congratulação ela se tornou idólatra e presta serviço e culto a si mesma e não é mais dirigida pelo mandamento de adorar somente a Deus. O foco está em si mesmo o culto se torna sessões psicológicas cujo principal propósito é gerar bons sentimentos sobre nós mesmos – O que é isso senão idolatria? A violação do primeiro mandamento?

Esta realidade está devorando a “igreja” de nossa geração” – Perdendo o foco de que Cristo é tudo, começamos a perguntar tudo o que podemos encontrar fora dEle que faça a vida satisfatória.

A verdadeira adoração é prestada a um Deus Santo! O que nos leva sempre a reconhecer que somos merecedores do inferno e que segundo tão somente a graça, pelo sangue de Cristo podemos entrar na presença desse Deus santo. Do começo ao fim adoramos o Deus da graça. Portanto a verdadeira adoração é uma perda de toda confiança em si mesmo e vendo somente a obra de Cristo como a centralidade do que somos, vivemos, e que se expressa em nosso culto, ou nosso culto é uma farsa.

Quando acreditamos que devemos ser satisfeitos em vez de Deus ser glorificado em nossa adoração, colocamos Deus abaixo de nós mesmos, com se a adoração e o culto fosse algo para nós e não para Deus.