terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O ciclista, o desarmamento civil e uma esperança

Por Jony Bigu
Chovia pela manhã. Era um dia útil e eu precisava deixar minha esposa no trabalho. O trânsito estava bagunçado como costuma ser nos dias em que chove. Em um cruzamento, paro em cima de uma ciclofaixa esperando a oportunidade de entrar na via transversal (eu sei, eu errei).  Daí um ciclista vem e bate o ferro no para-choque do meu carro. Rapidamente ele pega uma ciclovia e foge. Nesse momento fui tomado por um ataque de raiva.
“Droga! Por que eu não vou atrás desse infeliz e dou uma encostada de leve pra derrubá-lo? Eu devia tirar pelo menos uma fina nesse desgraçado para mostrar para ele quem é o mais frágil.”
Sim, minha natureza é maldade. Se eu pensar só em mim, sou tentado a fazer as piores desgraças. O homem é naturalmente mal. Aí de mim se não fosse a graça de Deus.
O fato de estar teoricamente em vantagem em um carro me fez pensar que eu poderia fazer mal a alguém.  Ao chegar em casa entro numa discussão na internet defendendo o desarmamento civil. Pensei no que tinha ocorrido e cheguei  à seguinte conclusão.
Você é a favor do armamento civil até perceber que o pecado e a violência estão no coração do homem, e o armamento só intensificaria a barbárie e extinção humana. Seria melhor concentrar nossas energias em favor de uma cultura de paz e não numa cultura de medo e autoproteção. O mundo pode ser bem melhor que isso. E nós, igreja, podemos e devemos ser instrumento de transformação. Isso parece maluquice no atual contexto histórico, mas é assim que é a cultura do Reino de Deus, totalmente ilógica em relação à cultura dos homens sem Deus.  É difícil pensar numa alternativa, mas ainda tenho esperança.